Greve dos ônibus pode tirar R$ 12 milhões por dia do comércio na véspera de Natal

Greve dos ônibus pode tirar R$ 12 milhões por dia do comércio na véspera de Natal

Por: Capital 95 | 2025-12-17


O prejuízo no faturamento do comércio de Campo Grande pode chegar a R$ 12 milhões por dia se a greve dos ônibus do Consórcio Guaicurus persistir até sexta-feira (19). A nova projeção da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas) considera a proximidade do Natal, comemorado na próxima quinta-feira (25).

Conforme o presidente da entidade, Adelaido Vila, os dois primeiros dias da greve contabilizaram R$ 20 milhões de prejuízo no faturamento. Os números são baseados na análise do SPC Brasil.

“Mesmo com o tempo chuvoso, na terça-feira (16), foram R$ 10 milhões de prejuízo. A nossa venda na loja física pode ser muito impactada. A partir de sexta-feira, a projeção de consumo é de R$ 12 milhões ao dia.”

Greve em momento sensível

O comércio da região central está funcionando em horário estendido, até as 22h, por conta das festas de fim de ano. Tradicionalmente, a época registra alto movimento. No entanto, a falta do transporte público já altera a rotina das lojas, obrigando o fechamento antes do previsto, pois há redução de equipes.

Para a CDL, a greve acontece durante o período mais esperado pelos lojistas, já que a véspera de Natal é considerada a época mais movimentada do ano. Uma projeção divulgada no início de dezembro indica que 77,5% das compras natalinas seriam realizadas de forma presencial, com expectativa de movimentação de R$ 194 milhões na economia local.

“O cenário era extremamente positivo. Estávamos projetando o melhor Natal dos últimos 12 anos, e a greve coloca esse desempenho em risco”, destacou o presidente.

O “efeito dominó” tende a se estender a empresas que empregam um grande volume de funcionários, como hotéis, bares, restaurantes, hospitais e serviços essenciais. Com isso, os patrões estão sendo obrigados a assumir custos elevados para garantir o funcionamento mínimo das atividades.

No pequeno varejo, a situação também se agravou. Sem estrutura para transporte coletivo próprio, lojistas estão arcando com despesas extras para custear corridas por aplicativo para seus colaboradores. “São gastos adicionais que não estavam previstos, em um momento crucial do ano. A pergunta que precisa ser feita é: quem vai pagar essa conta?”, questiona o presidente da CDL.

3º dia de greve

Com a greve dos motoristas do Consórcio Guaicurus, Campo Grande amanheceu sem transporte coletivo pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (17). A paralisação continua mesmo diante da multa de R$ 200 mil determinada ontem (16) pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 24ª Região.

Na ocasião, o desembargador César Palumbo Fernandes ordenou que os motoristas do Consórcio Guaicurus encerrassem a greve a partir desta quarta-feira (17). Além disso, dobrou o valor da multa — que já estava em R$ 100 mil — caso 70% dos ônibus não retornassem às ruas de Campo Grande.

A determinação, por outro lado, não intimidou os motoristas, que decidiram manter a greve em reunião em frente ao plenário. O presidente do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, afirmou que “enquanto não receber o que está condicionado, não vão voltar”.

Ao Jornal Midiamax, o presidente destacou que, até o momento, nenhuma proposta conseguiu barrar a greve. “Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, não é. A população está sofrendo um dia, três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber.”


Fonte: Midiamax


ULTIMAS NOTÍCIAS

• AO VIVO